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Os campos ‘desumanos’ na Bósnia para migrantes que tentam chegar à União Europeia

O local para o campo de Vucjak foi cedido pelas autoridades municipais de Bihac, que reconheceu que o local não é adequado





Os campos ‘desumanos’ na Bósnia para migrantes que tentam chegar à União Europeia

Por:Jornal NC - Publicado em 11/12/2019

O inverno rigoroso que chegou à Bósnia têm impedido a locomoção de milhares de pessoas que entraram no país com a esperança de chegar até a fronteira com a Croácia e então entrar na União Europeia, da qual o país faz parte.
As temperaturas abaixo de zero durante a madrugada, a neve e a acomodação em condições precárias a que parte deles está sujeita podem colocar a vida de muitos em risco.

Nos últimos dias, quem chegasse à pequena Bihac, no norte do país, veria jovens agasalhados com trapos - alguns carregando sacos de dormir - andando desconsolados próximo a um centro de recepção para migrantes chamado Bira, gerenciado pela Organização Internacional para Migração (IOM, na sigla em inglês). Eles tiveram a entrada no abrigo negada, porque o local, que funciona em uma antiga fábrica de geladeiras, já atingiu a lotação máxima de 2 mil pessoas. Apesar de muito simples, o espaço oferece acomodações básicas, refeições quentes, atendimento médico e banheiros aos que atende.

Muitos dos que não conseguiram vaga no centro de Bira, no entanto, acabaram indo parar em barracas no campo de Vucjak, um terreno em que antigamente funcionava um lixão, também na cidade de Bihac. Na última semana, a neve e o frio tornaram a vida por lá ainda mais difícil do que o normal.

A administradora de Bira, Amira Hadzimehmedovic, diz que fica angustiada por ter que negar a entrada de pessoas no centro de acolhimento. “Dizer ‘desculpe, não posso ajudar’ quando está frio é uma coisa horrível de se fazer. Faz você se sentir péssima”, diz ela. As pessoas que não conseguem vaga em Bira e acabam indo para Vucjak encontram condições muito diferentes.
A comissária de Direitos Humanos do Conselho da Europa, Dunja Mijatovic, disse que é “desumano e inaceitável” que as pessoas fiquem “espremidas na lama”, sem água encanada nem saneamento básico, como acontece no campo Vucjak. “As condições improvisadas em que vivem milhares de seres humanos em Vucjak são vergonhosas. Aquele campo não deveria nem ter sido criado”, disse ela em seu relatório sobre a visita que fez ao campo.

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“É urgente a necessidade de realocar essas pessoas e providenciar acomodações decentes”, afirmou.
O local para o campo de Vucjak foi cedido pelas autoridades municipais de Bihac, que reconheceu que o local não é adequado.
Mas o conselheiro da prefeitura Edin Moranjkic diz que é injusto esperar que uma cidade pequena como Bihac assuma a responsabilidade por migrantes e refugiados. “No começo, as pessoas da cidade tinham empatia e eram compreensivas em relação à questão da imigração. Mas houve problemas com a presença dos imigrantes e o governo do Estado [que não deu ajuda]. Sentimos que o governo nos abandonou”, diz Edin. O ativista humanitário Dirk Panert veio de Dortmund para organizar uma operação de auxílio que inicialmente ajudava as pessoas em Vucjak. Mas agora ele concentra seus esforços nas pessoas que estão dormindo ao relento na floresta próxima à fronteira com a Croácia. “São pessoas sem sapatos e meias, que com frequência têm apenas uma camada de roupas”, diz ele.

“Não é possível sobreviver nessas condições.” Muitas daqueles que conseguiram vaga nos centros de acolhimento não planejam sair dali até que o inverno dê uma trégua. Um deles, o jovem Hassan, veio de Bangladesh com o intuito de ir morar na Alemanha ou na França. Mas diz que, por enquanto, ficar na cama que tem no centro de acolhimento é uma alternativa melhor do que tentar atravessar a fronteira e sofrer com o frio. “Todas as pessoas aqui estão seguras. Talvez depois de fevereiro eu tente ir para a Croácia de novo, se Deus quiser”, diz ele.

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